10 de outubro de 2010

Cotidiano de uma adolescente - Parte 1

Não é de se admirar que hoje em dia você não veja tantas garotas sofrendo ou chorando por garotos como antigamente, sabe porque? Nós aprendemos com vocês, garotos, as mentiras, os joguinhos, as trapaças... Nos tornamos fortes, me arrisco a dizer que até mas forte que vocês, reles mortais.

Para mim, conseguir olhar no olho de alguém e mentir com uma facilidade sem fim é dom, tom que não tenho, uma pena, bem que queria. Não dava mais pra fingir, eu não o queria mas por perto, e muito menos me tocando daquela maneira, se eu ao menos gostasse, mas nem isso. Eu precisava contar, precisava dizer que não ia mais ficar com ele, queria paz, sossego, e com ele nunca ia conseguir isso, tirando o fato da minha família o odiar, e ele só me dar a tenção quando estávamos sozinhos. Ok, já tínhamos passados por muita coisa juntos, fulga de casa, bebedeira, algumas intimidades não tão grandes, mas e daí? Nunca fui de me arrepender de nada, não ia ser agora que iria mudar. Coragem, cadê você?

- Eu fiz alguma coisa de errado?

- Você acha que fez?

O que eu fiz com ele não foi correto, ta. Mas fazer ele se sentir mal e querer terminar comigo não tinha dado certo, apelei.

- Não sei, me diz você. Ta estranha o dia todo, mal falou comigo...

- Agente precisa conversar, vamos dar uma volta.

Foi um silêncio sem fim da minha casa a te uma rua distante, no fim, nem sabíamos onde estávamos.

- Eu quero terminar.

- Mas porque?! Eu fiz alguma coisa de errado, eu posso mudar se você quiser!

- Não, não é isso, não é você, sou eu...

A frase típica de quando não se sabe o que falar, na verdade isso é frase de homem, mas e daí?!

- Fala a verdade pra mim, por favor. Você ta gostando de outro não é?

- Claro que não!

Menti de novo, eu não estava gostando de outro eu sempre gostei de outro, e ele sabia disso, mas jurou que não se importava, não tive 100% de culpa nisso tudo então...

- Eu sei que ta, é ele de novo não é...

Droga! O desgraçado leu a minha mente?! Se bem que devia estar na cara, eu não fui á melhor das namoradas durante o nosso namoro, e nem tinha como, não era ele que eu queria... Mas mesmo sabendo disso ele me pediu em namoro, que agüente também, já sofri sem querer, fazer os outros sofrerem sem querem também não pode ser tão mal.

- Você sempre soube disso... eu te disse que podia não da certo não disse, você não me ouviu.

- É claro que não daria certo, você nem tentou! (ele disse isso com lágrimas nos olhos, mas se que saber, não me comoveu).

- Não grita comigo! Não tenho culpa de não te amar!

O silencio tomou conta, de tudo. Da rua, de mim, dele. Ele me olhou de uma maneira diferente, como eu nunca tinha visto antes, com ódio.

- Você quer terminar, tudo bem, mas não venha choramingar no meu ouvido se ele te fizer sofrer de novo!

Ele jogou o meu par de sapatos que estava segurando no chão e foi embora.

Normalmente as pessoas costumam ficar tristes depois de um termino de namoro, comigo não foi assim, me senti livre. Pra fazer o que eu quisesse, e realmente fiz. Isso me rendeu muitos problemas, não só em casa, como na escola. Mas como já disse, não me arrependo de nada que fiz.

Sexta-feira era o nosso dia, meu e das minhas amigas, nós planejávamos tudo que íamos fazer no sábado e no domingo, como se fosse um ritual sagrado.

- E esse sábado heim? Tem que ter alguma coisa especial!

- Com certeza, a mais velha de Cia voltou a ser solteira!(muitos risos)

Agente sempre comemorava a solteirisse, poder ficar com quisesse sem compromisso era lei pra minhas amigas.

- Para com isso gente, vocês sempre exageram nas comemorações, tenho até medo... To me sentido super normal, é como se nunca tivesse namorado, e não tivesse terminado com ninguém ontem.

- Mesmo assim, vamos comemorar!

A casa da Ane era tipo o nosso paraíso das bebidas, o pai dela tinha de todos os tipos, e nós aproveitamos claro!

- Quem vai de rum?

Não tinha nada a perder, peguei o copo e fui á primeira da fila.

- Pra quem não queria em?!

- Para de graça e enche isso logo vai! Eu disse isso mais entusiasmada do que devia, ele encheu mesmo o copo! E eu virei.

Depois de uns minutos nós todas estávamos bem alegres, falando baboseira e lembrando do primeiro dia que nos conhecemos na escola.

De repente a campainha tocou, a Ane, já em sua loucura disse que eram alienígenas tentando nos raptar. O que o álcool não faz...

Fui atender a capainha, e quando abri a porta, minhas pernas ficaram bambas, e não foi por causa do rum, era ele.

Continua

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